sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Seabiscuit - Alma de Herói


Muito se falou deste famoso cavalo americano, que teve sua vida contada em filme, numa história linda e emocionante. Creio que muitos que assistiram ao seu filme, chegaram as lágrimas. Fatos como esses fazem do turfe, um esporte emocionante e único. Saber compreender um animal, é tarefa para poucos, e com Seabiscuit, não foi diferente, pois respeitaram ele com animal e assim puderam tirar o melhor dele nas carreiras. . Seabiscuit deixou sua marca com vitórias fantásticas. Seu nome virou lenda no mundo das corridas.
SEABISCUIT, corria muito, todos já sabiam, agora mais ainda, através dessa pequena pesquisa, que ressalta sua linhagem via paterna e materna. Seu pedigree é recheado de nomes de peso na criação mundial, como o caso de: Rock Sand, Man 0'War, Waxi e Rabelais.
Se SEABISCUIT tinha "Alma de Héroi" eu não sei , mas que tinha pedigree de verdadeiros campeões, isso eu tenho certeza.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sobre Meninos e Lobos

Clint Eastwood, cineasta que gosta de se propor desafios, fez um filme enxuto, bem feito e visualmente inteligente que instiga e divide seus admiradores.
Sinopse, sem muitos detalhes para não estragar o filme para aqueles que ainda não assistiram: três amigos de infância se reencontram quando uma tragédia ocorre. Suspense, intriga e poder apontam nesse controverso drama, que gira em torno do passado, trazendo para o presente antigos traumas, assim como novas dúvidas e suspeitas.A sensação durante o filme é de angústia, indignação, inquietação e até descrença.
É um filme sobre injustiças, violência de diversos gêneros e sofrimento. Que cruza presente e passado impiedosamente. A expectativa do que poderia ter sido e não foi, as conseqüências do ontem no hoje... ninguém pode estar livre de seus próprios fantasmas. O passado, como mostra o filme, é uma marca eterna.
Recebeu 06 indicações ao Oscar 2004: melhor filme, ator (Sean Penn), ator coadjuvante (Tim Robbins), atriz coadjuvante (Marcia Gay Harden), roteiro adaptado e direção.
O elenco de peso, ao lado da direção segura, contribui para dar ao filme a atmosfera precisa: Sean Penn, Kevin Bacon, Tim Robbins, Laurence Fishburne, Laura Linney e Marcia Gay Harden são atores experientes e geralmente talentosos (Bacon amargou algumas participações infelizes e Gay Harden esteve caricata demais, mas ainda assim, não se pode dizer que decepcionam)... Eastwood não engrossou o time de atores, acertadamente, e assim pôde se concentrar com mais afinco na produção, direção e até mesmo, pasmem, na trilha sonora. E não é que o danado se saiu muito bem?
Um bom filme, sem dúvida. Grandes atuação, grande direção, enredo consistente, final relativamente fraco. O saldo, no entanto, é positivo. E como!

Dança com Lobos

Durante a Guerra Civil Americana, o jovem Tenente John Dunbar (Kevin Costner) protagoniza um ato heróico e, por sua opção, vai servir em uma região infestada de índios. Ao invés de participar de algum extermínio, ele consegue uma ousada aproximação com os nativos, descobrindo sua cultura, costumes e seu modo de comunicação. Vencedor de 7 Oscar, incluindo Filme, Diretor, Roteiro Adaptado e Fotografia.
O gênero western ou far-west que na década de 1980, excetuando-se alguns poucos filmes que repercutiram, estava em franca decadência e descrédito, ganhou fôlego e vigor na nova roupagem introduzida pelo filme "Dança com Lobos". O politicamente incorreto que caracterizava as produções sobre o Velho Oeste americano, onde os vilões ganhavam status de celebridades, os xerifes tinham autorização para matar indiscriminadamente e os índios eram apresentados como selvagens a serem domados como os cavalos e búfalos das pradarias daquela região, foi substituído por um filme que trabalha com sensibilidade o encontro entre o mundo dos brancos e o universo dos índios.
O espírito do filme de Costner nos envia necessariamente para a carta enviada pelo Chefe Seattle ao presidente dos Estados Unidos, em 1850, como resposta a uma proposta de compra de suas terras. Nela transparecem as idéias de que somos como fios que compõem um tecido grandioso e que, como tal, dependemos dos outros fios assim como os outros dependem de nós para a composição do todo, da vida, da sobrevivência coletiva. Ele perguntava naquele documento se os brancos iriam tratar dos animais, das águas dos rios, da floresta e do ar como tratava seus irmãos ou seus pais. Antecipava o questionamento ecológico (globalmente organizado a partir de conferências realizadas no final dos anos 1960) em mais de 100 anos. Usava metáforas como "selvagens indígenas" e "cidades de pedra" para falar sobre civilização e progresso. Afinal de contas, quem era o civilizado nessa história?
Esse filme pode abrir debates sobre o choque entre culturas diferentes, estimular pesquisas a respeito dos indígenas, fazer com que os alunos entrem em contato com comunidades que vivam próximas. Uma boa dica pode ser comparar a imagem do índio com a que tínhamos antes (baseada em filmes antigos ou revistas em quadrinhos como "Tex"). Outra alternativa é ler o livro "Enterrem meu coração na curva do rio" para compreender um pouco dessa rica cultura de nossos irmãos indígenas! Coloque o filme na lista dos obrigatórios, vale a pena!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Tempos Modernos


Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona.
O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".
Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.
Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista".
Além da direção, Chaplin é responsável pela produção, pelo roteiro e pela música original, o que faz com sua costumeira habilidade.
O filme apresenta, ainda, uma bela fotografia e interpretações marcantes, com destaques para Chaplin e para a bela Paulette Goddard, na época sua esposa na vida real. Gloria DeHaven, que faz o papel da irmã de Paulette, tinha apenas 11 anos de idade quando da realização do filme.







Os Intocáveis

A Chicago de 1930, dominada pelos chefões italianos, mais precisamente o Al Capone do homem de ouro do cinema, Robert DeNiro.
Seria apropriado chamá-los de justiceiros? Acho que sim. A ética no corpo policial é questionada quando, sozinhos, a polícia têm que desarmar todo um sistema corrompido.
Debate que parece inédito em tempos de "Tropa de Elite", quando Brian DePalma já o havia introduzido em "Os Intocáveis" de 1987. O banditismo entranhado na sociedade. Um homem com métodos ortodoxos, Sean Connery aqui no papel que lhe rendeu o Oscar, se alia à personificação da integridade e justiça na polícia, Kevin Costner.
Defino a presença de Connery: personagem interessante, grande referência em momentos cruciais da trama, tem presença e o eterno James Bond é carismático. As estrelas vão para a originalidade do roteiro de David Mamet, as peripércias com a câmera que somente DePalma consegue realizar (como o plano inicial onde Capone aparece fazendo a barba e cercado por seus cúmplices e a sequência eletrizante de Kevin Costner tentando salvar um bêbê dentro de um carrinho que desce escada abaixo em meio ao fogo cruzado).
Sem esquecer o grande Ennio Morricone e sua trilha excepcional, clássica e referência no universo cinematográfico.Participações relâmpagos de Andy Garcia e Patricia Clarkson. D
esde o início do projeto era intenção do diretor Brian De Palma que Robert De Niro fosse o intérprete de Al Capone. Entretanto, como o ator não estaria disponível na época das filmagens, o ator Bob Hoskins chegou a ser contratado para interpretar o personagem. Porém, quando De Niro conseguiu sua liberação para atuar em Os Intocáveis, De Palma resolveu por dispensar Hoskins e contratar De Niro para o papel.
As roupas utilizadas por Robert De Niro ao interpretar Al Capone são cópias idênticas das roupas verdadeiras que o gângster usava quando estava vivo.
Albert H. Wolff, o único integrante vivo dos verdadeiros intocáveis, trabalhou como consultor do filme, auxiliando o ator Kevin Costner em como Eliot Ness deveria ser caracterizado nas telas.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

... E o Vento Levou

Roteirizado por Sidney Howard, a partir do livro de Margareth Mitchel, a produção de David Selznick se tornou o mais popular clássico da história do cinema. Leigh e Gable (Scarlet O'Hara e Rhett Butler) vivem uma violenta paixão em plena Guerra da Secessão americana. O resultado é espetacular: um épico inesquecível que já motivou a publicação de mais de vinte livros.
O filme enfoca as paixões da sulista Scarlett O'Hara (Leigh) pelo aventureiro Rhett Butler (Gable) e pelo pacato Ashley Wilkes (Howard) e seu amor por Tara, a propriedade de sua família, tendo como pano de fundo a Guerra de Secessão norte-americana.
Scarlet é uma personagem bastante complicada, uma vez que em plena época de protagonistas perfeitos, de ideais fortes e ordeiros, ela se apresenta egoísta e determinada a passar por cima de todos para conseguir defender sua terra que tanto ama – Tara. Isso pode soar feminista e irritante para alguns, mas na verdade é justamente aí que está o charme da personagem. Seu modo de lutar, sua força de vontade para trazer o bem aqueles que a rodeiam, sem nunca deixar de pensar na própria felicidade fazem de Scarlet uma personagem complexa e bastante profunda.
Inúmeras cenas marcam esta forte caracterização de Scarlet. Em certo momento, ela chega a matar para impedir que os ianques retirem o pouco que restou de sua casa após o término da guerra. O que não necessariamente corresponde ao final do filme, uma vez que ele procura explorar também as horríveis conseqüências do pós-guerra em cenas chocantes. Outra, por exemplo, pode ser facilmente identificada como quando Scarlet parte em busca do doutor em pleno campo de batalha, para que ele faça o parto em Melanie Wilkes (Olivia de Havilland). A câmera vai se afastando e subindo em um gigantesco traveling para mostrar a dimensão dos mortos e feridos naquela batalha – uma cena fantástica, por sinal, ao combinar perfeitamente o incrível número de figurantes com a avançada técnica de filmagem da época, que só foi possível por causa de um imenso guindaste.
Um filme não se torna um dos mais assistidos de todos os tempos à toa. “...E o Vento Levou” é um épico maravilhoso e inesquecível, que faturou inúmeros prêmios importantíssimos ao longo da história: 10 Oscars, incluindo filme e diretor (um honorário e outro técnico, por isso talvez alguns o considerem vencedor de apenas oito estatuetas); está entre os 10 primeiros na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos; é o filme que mais faturou nas bilheterias, entre outros números importantíssimos. Mas não são os prêmios que fizeram dele um grande filme. Eles foram apenas conseqüências de sua magnitude que reside até hoje nas telas.

Cidadão Kane

Quando dirigiu, produziu, protagonizou e foi co roteirista de Cidadão Kane, Welles tinha 25 anos e conquistara fama no rádio: em 1939 fez história ao transmitir programa que simulava uma invasão dos Estados Unidos por marcianos.
A primeira entrada da reportagem no ar relatou acontecimentos imprecisos que, nos flashes seguintes, foram se tornando cada vez mais claros e ameaçadores; eram entrevistados populares, autoridades, especialistas etc., compondo um quadro cada vez mais assustador. Baseado no livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, o show radiofônico criou habilmente a ilusão de veracidade, levando os ouvintes ao pânico.Graças à notoriedade assim conquistada, o diretor novato recebeu da produtora RKO carta branca para dirigir e um orçamento generoso. Confirmando sua índole polêmica, ele fez um filme no qual se identificavam alusões ao magnata das comunicações William Randolph Hearst.
A história conta como o repórter Thompson (Joseph Cotten) reconstitui a trajetória do empresário da imprensa Charles Foster Kane (Welles), buscando decifrar o significado de sua última palavra no leito de morte: "rosebud". A morte de Kane comovera a nação e descobrir o porquê daquela palavra se torna uma obsessão para o jornalista, que acredita poder encontrar nela a chave do significado daquela vida atribulada.O repórter entrevista, então, as pessoas próximas ao figurão. Um emaranhado de informações vai se costurando à frente dos olhos do espectador, desde a infância pobre, revelando um Kane por vezes perturbado, mas sempre ambicioso.
Essa multiplicidade de fontes usadas pelo repórter cria um conjunto de perspectivas diferentes, funcionando como peças do quebra-cabeças que os espectadores vão montando. Kane herda uma fortuna e deixa de viver com os pais para ser criado por um banqueiro, Walter Parks Thatcher (George Coulouris). Dentre todos os negócios que passam às suas mãos na maioridade, resolve dedicar se a um dos menos rentáveis: um jornal convencional e pouco influente. Atraindo as estrelas dos veículos concorrentes com salários maiores e praticando um jornalismo agressivo (que freqüentemente descamba para o sensacionalismo), Kane consegue sucesso como homem de mídia, criando uma reputação de campeão dos pobres e oprimidos. Tenta carreira na política, concorrendo a governador como candidato independente; quando parece ter a vitória nas mãos, um escândalo provoca sua derrota. Depois de dois casamentos fracassados, passa seus últimos dias sozinho no palácio que construiu e para o qual levou tudo que o dinheiro podia comprar desde obras de arte de valor inestimável até os animais mais exóticos do planeta.
O filme faz uso de flashbacks, sombras, tem longas seqüências sem cortes, mostra tomadas de baixo para cima, distorce imagens para aumentar a carga dramática; a iluminação é pouco convencional, o foco transita do primeiro plano para o background, os diálogos são sobrepostos e os closes usados com contenção. Revolucionário. O personagem central vai, aos poucos, perdendo suas virtudes e aumentando seus defeitos. Pode ser visto retrospectivamente como alguém amargo, sombrio, arrogante, manipulador, cruel e impiedoso. Sua trajetória, no entanto, encerra muito do sonho americano: idealismo, espírito de iniciativa, fama, dinheiro, poder, mulheres, imortalidade.
O óbvio paralelo de Kane (e seu Inquirer) com Hearst (e seu Exnminer) gerou controvérsias e pressões para impedir a montagem e exibição do filme. As similaridades são muitas: Kane construiu um palácio extravagante na Flórida, Hearst tinha um em San Simeon; o personagem teve um caso com uma cantora sem talento, Susan Alexander (Dorothy Comingore), lembrando o que Hearst teve com a jovem atriz Marion Davies. Enquanto o magnata da vida real comprou o estúdio Cosmopolitan Pictures para promover o estrelato de Davies, Kane comprou para Susan um teatro. Entretanto, enquanto Hearst nasceu rico, Kane era filho de uma família humilde.